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Concurso SESC Galeria

São Paulo, 2025 | Projeto

Coautores: Miguel Góes e Pietro Tripodi

Este trabalho foi realizado tendo-se em vista a retomada e a exploração da linguagem do desenho à mão – que tem se tornado cada vez mais distante da prática cotidiana da arquitetura – encarando-a como forma pertinente de comunicação de ideias arquitetônicas e, mais ainda, como forma específica de concepção da arquitetura. Dessa maneira, todos os desenhos foram elaborados a quatro mãos e analogicamente, ficando o trabalho digital restrito à diagramação das pranchas e ao tratamento de imagens.

O projeto recupera e simultaneamente redimensiona o sistema de espaços cobertos e descobertos do Edifício João Brícola, visando tanto sua adequação às necessidades do SESC quanto a requalificação da sua inserção no tecido urbano do centro de São Paulo. Nesse sentido, tomou-se como premissa norteadora do partido arquitetônico o diálogo com o conjunto arquitetônico do Vale do Anhangabaú e, mais precisamente, com o Theatro Municipal, o Viaduto do Chá e a Praça do Patriarca.

 

Na distribuição do programa procurou-se fazer um uso racional da volumetria do edifício existente, que se divide em embasamento, corpo e coroamento. O embasamento, originalmente ocupado pelas galerias comerciais do Mappin, presta-se naturalmente a abrigar os programas de grande circulação de público: biblioteca, galeria, salas multiuso, comedoria, café e auditório. A torre, por sua vez, passará a abrigar as atividades voltadas a públicos mais restritos e aos setores administrativos do SESC. Por fim, o coroamento abrigará um terraço com mirante e área de projeções, acessado através de um elevador independente, assim como áreas técnicas destinadas às instalações de climatização, hidráulica e elétrica.

 

Nas intervenções arquitetônicas propostas visou-se, ainda, a recuperação da clareza da malha estrutural do edifício, perdida após sucessivas intervenções ao longo dos anos. Nesse sentido, foi fundamental o cotejo do levantamento edilício com os desenhos do projeto original. Clarificados os princípios norteadores da estrutura, foi possível amarrar a ela a disposição dos novos  espaços. Os cinco vãos principais que se desenvolvem no sentido longitudinal do prédio e se abrem para a fachada nordeste serão ocupados pela programação principal; a área adjacente à fachada sudoeste, por sua vez, será ocupada pelos setores de apoio e serviços.

 

Parte importante da requalificação da inserção urbana passará pela intervenção nas vitrines da antiga galeria comercial do térreo: será criado um vazio entre a fachada e as lajes do edifício, desde o subsolo até o segundo pavimento. Esse vazio será ocupado por um aparato cênico composto por grandes painéis afixados a um sistema de cabos de aço e roldanas com acionamento através de um passadiço técnico, resultando em superfícies de comunicação visual que poderão ser vistas tanto de dentro quanto de fora do edifício, através das vitrines.

A circulação vertical do prédio foi organizada a partir dos poços de elevador existentes. O poço central, que atualmente atende do subsolo até o 6º pavimento, será prolongado até o 13º pavimento e abrigará três elevadores destinados à circulação do público. O poço noroeste, com dois elevadores, servirá ao deslocamento da equipe SESC, desde o subsolo até o 13º pavimento. O poço sudeste abrigará, através dos mesmos pavimentos, dois elevadores de carga e um elevador destinado exclusivamente ao acesso do público aos terraços, com paradas no térreo, no 2º pavimento e na cobertura.

As escadas de emergência serão alocadas junto ao poço central: no embasamento, se localizarão na posição das escadas rolantes existentes, que não fazem parte da concepção original do edifício e serão removidas. No corpo do edifício, as novas escadas serão localizadas em duas prumadas distintas, junto à fachada sudoeste. Para o acesso à cobertura apenas uma escada de emergência seguirá em frente ao poço central de elevadores. Além das escadas de emergência, a circulação vertical poderá ser feita através da escada existente na fachada sudeste. Desenclausurada, ela retomará seu valor de promenade, propiciando ao público vistas para o eixo do Viaduto do Chá e da Praça do Patriarca e, ainda, constituindo elemento significativo na composição da fachada do edifício - como se vê em fotos de época, ela será vista de fora através das grandes janelas de vidro.

Para acessar a página dos resultados do concurso, clique aqui.

Para acessar as pranchas em pdf, clique aqui.

Ficha Técnica​

Arquitetura: Miguel Góes, Pedro Avila e Pietro Tripodi

Estagiários:

Bianca Monteiro e Caio Bonato

Reprodução de imagens:

Gabriela Gianotti

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